Franciangela Silva
Araújo
Professora Infantil – I UEB Recanto dos
Pássaros
SEMED – São Luis
O Projeto “Diretrizes da
Educação Infantil em Ação no Maranhão”, desenvolvido na escola UEB Recanto dos
Pássaros, cidade Operaria/SLZ tem possibilitado grandes avanços em nossas
metodologias de ensino em sala de aula. Nesse contexto, podemos perceber, em
primeiro lugar, que o processo de formação continuada do Projeto nos desafia a
mudar, o que para a maioria é muito difícil, ou seja, o hábito cristalizado em
cada um relaciona-se com aquilo que já sabemos e que temos dificuldade de
mudar. Isso é uma barreira que devemos ultrapassar dia a dia para conseguirmos
desenvolver as atividades orientadas referentes aos conteúdos de Arte como:
Teatro para Bebês, Musicalização e Dança (movimento).
Em segundo lugar, nos
desafia também a sermos criativos e adaptarmos ou “inventarmos” atividades de
acordo com nossa realidade, sem perder a referência de diretrizes existentes,
mas com olhar voltado para o contexto, a criança, a comunidade do entorno; a
voltarmos às brincadeiras de criança, a sermos “livres” para transformar o
ambiente da sala de aula, por exemplo, em um teatro; a fazer “barulho” ouvindo
os sons diversos da aprendizagem (musicalização); a movimentar o corpo
explorando suas mais variadas possibilidades de movimento.
Estamos desenvolvendo um
novo olhar nas brincadeiras já existentes e, ao mesmo tempo, enriquecendo-as e
inventando outras, ultrapassando assim limites já pré-estabelecidos pela escola
ao longo dos anos, onde em muitos momentos consideramos como padrão de
comportamento aquela criança quieta o tempo todo. Daí a dificuldade, enquanto
adultos que hoje somos de falar, de nos expressarmos corporal e musicalmente.
A expressão “sair do
armário” utilizado na oficina Teatro para Bebês nos ensinou que podemos propor
a arte para a criança primeiro “fazendo arte” e, para isso, não precisamos de
tanto material, podemos criar um espaço, ter ideias, alguns materiais, utilizar
o que temos.
O mais marcante nesse
contexto de liberdade criativa foi também a expressão: “Não julgue,
experimente!” não é preciso fazer tudo, podemos esperar as crianças fazerem,
ficar junto delas, propor e descobrir com elas, suas expressões e sentimentos.
Mesmo que haja um planejamento é preciso um espaço para o improviso/imprevisto
algo que nem cogitamos quando planejamos, pois isso tradicionalmente desmerece
o professor enquanto “educador”.
Nesse contexto, o
aprendizado da arte não depende só de nós, depende e se relaciona com o outro,
no caso as crianças, como criadoras de experiências artísticas que interage o
tempo todo com o professor e as demais crianças nas atividades. Nesse sentido,
não será possível toda uma base teórica se não tivermos prática, respeito,
confiança e calma em relação a nós mesmos, redimensionando nossa prática, e, em
relação as crianças tendo em mente que ela produz conhecimento e pode perfeitamente
nos ensinar a melhorar nossa forma de fazer Arte.
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