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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Como “sair do armário” na Creche e assumir um processo criativo

Franciangela Silva Araújo
 Professora Infantil – I UEB Recanto dos Pássaros
SEMED – São Luis

O Projeto “Diretrizes da Educação Infantil em Ação no Maranhão”, desenvolvido na escola UEB Recanto dos Pássaros, cidade Operaria/SLZ tem possibilitado grandes avanços em nossas metodologias de ensino em sala de aula. Nesse contexto, podemos perceber, em primeiro lugar, que o processo de formação continuada do Projeto nos desafia a mudar, o que para a maioria é muito difícil, ou seja, o hábito cristalizado em cada um relaciona-se com aquilo que já sabemos e que temos dificuldade de mudar. Isso é uma barreira que devemos ultrapassar dia a dia para conseguirmos desenvolver as atividades orientadas referentes aos conteúdos de Arte como: Teatro para Bebês, Musicalização e Dança (movimento).

Em segundo lugar, nos desafia também a sermos criativos e adaptarmos ou “inventarmos” atividades de acordo com nossa realidade, sem perder a referência de diretrizes existentes, mas com olhar voltado para o contexto, a criança, a comunidade do entorno; a voltarmos às brincadeiras de criança, a sermos “livres” para transformar o ambiente da sala de aula, por exemplo, em um teatro; a fazer “barulho” ouvindo os sons diversos da aprendizagem (musicalização); a movimentar o corpo explorando suas mais variadas possibilidades de movimento.

Estamos desenvolvendo um novo olhar nas brincadeiras já existentes e, ao mesmo tempo, enriquecendo-as e inventando outras, ultrapassando assim limites já pré-estabelecidos pela escola ao longo dos anos, onde em muitos momentos consideramos como padrão de comportamento aquela criança quieta o tempo todo. Daí a dificuldade, enquanto adultos que hoje somos de falar, de nos expressarmos corporal e musicalmente.

A expressão “sair do armário” utilizado na oficina Teatro para Bebês nos ensinou que podemos propor a arte para a criança primeiro “fazendo arte” e, para isso, não precisamos de tanto material, podemos criar um espaço, ter ideias, alguns materiais, utilizar o que temos.

O mais marcante nesse contexto de liberdade criativa foi também a expressão: “Não julgue, experimente!” não é preciso fazer tudo, podemos esperar as crianças fazerem, ficar junto delas, propor e descobrir com elas, suas expressões e sentimentos. Mesmo que haja um planejamento é preciso um espaço para o improviso/imprevisto algo que nem cogitamos quando planejamos, pois isso tradicionalmente desmerece o professor enquanto “educador”.


Nesse contexto, o aprendizado da arte não depende só de nós, depende e se relaciona com o outro, no caso as crianças, como criadoras de experiências artísticas que interage o tempo todo com o professor e as demais crianças nas atividades. Nesse sentido, não será possível toda uma base teórica se não tivermos prática, respeito, confiança e calma em relação a nós mesmos, redimensionando nossa prática, e, em relação as crianças tendo em mente que ela produz conhecimento e pode perfeitamente nos ensinar a melhorar nossa forma de fazer Arte.

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